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Sátira 1 do Livro 1 das Sátiras de Horácio

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Mensagem por Elpídio Mário D Fonseca Qui Mar 26, 2015 7:27 pm

Prezado Professor Rafael e colegas,

Esqueceu-me dizer que, num primeiro momento, apresentei o texto original, com um glossário e tentativa de tradução.

Posto agora minha tradução corrigida pela de H.R. Fairclough, de Horace, Saties, Epistles, Ars Poetica, da Loeb Classical Library

http://www.amazon.com/Horace-Satires-Epistles-Poetica-Classical/dp/0674992148/ref=sr_1_sc_1?s=books&ie=UTF8&qid=1427412365&sr=1-1-spell&keywords=Horace+Stires+Epistels+Ars+poetica

Sublinhei as partes em que fiz as correções:
1.1
 
Que acontece, Mecenas, para que ninguém viva contente
com a sorte que a razão lhe deu ou o acaso lhe lançou,
mas louve as que os outros seguem?
‘ó afortunados mercadores, diz um
soldado prenhe de anos, já fraco de membros
pelo muito trabalho;
em contrário, o mercador, quando os ventos do sul
lhe arremessam o navio: a milícia é mais poderosa. Por quê?
avança: no movimento da hora vem a morte ligeira,
ou a vitória alegre.’
louva ao agricultor o perito na justiça e nas leis,
quando, ao canto do galo, um cliente lhe
bate à porta;
Aquele, que, no campo, arrancado às ondas,
está na cidade, clama que que só são felizes
os que vivem na cidade.
As outras coisas deste gênero – até aqui são muitas – podem
esgotar Fábio eloqüente. Que eu não te retarde; ouve
o que escreverei. Se algum deus disser ‘acaso eu’
já farei o que desejas:
serás tu, ora soldado,  mercador;
tu, ora consultor, camponês: mudai os papéis,
Eia, por que
estais parado? Não querem. Na verdade está em seu poder serem bem-aventurados.
por que causa, com razão, Júpiter, irado,
infla ambas as bochechas para eles, e diz que não será tão fácil o ouro,
para que lhes apresente por oferendas?
além disso, para que eu não exponha, rindo,
os gracejos: mas o que impede que o que ri diga a verdade?
como outrora os doutores insinuantes
davam gulodices aos meninos, para estes aprenderem
os primeiros elementos:
mas que com um jogo distante busquemos coisas sérias:
aquele que, com o arado duro, vira a terra pesada,
este taberneiro pérfido, os soldados e os marinhos, que
correm, audazes, por todo o mar, com essa intenção
trazem para si trabalho, para que os velhos se retirem
num ócio seguro, dizem, quando estão cheios de comida:
assim como a formiguinha – pois serve de exemplo – com
grande trabalho leva na boca tudo o que pode e acrescenta ao
monte que empilha, nem ignorante nem desprecavida do futuro,
a qual, logo que Aquário [o aguadeiro] entristece o ano que passa, não
arrasta antes de modo algum e usa daquelas coisas adquiridas,
sábia, quando nem o férvido verão te demove com o lucro, nem o
inverno, o grande ferro de fogo não te obstará, quando outro não for mais feliz do que tu.
de que adiante depores, tímido, um peso imenso de prata e de ouro
na terra escavada?
o que, se diminuis, é reduzido ao asse vil?
e se não houver isso, que tem de belo o acervo acumulado?
Se tua área debulhar cem mil de teus cereais:
esse teu ventre não conterá mais do que o meu:
para que, se transportas no ombro carregado o alforje de
pão vendável, não aceites nada mais do que aquele que
nada portar. Ou dize o que adianta para o que vive
dentro da natureza, se
arar cem jeiras ou mil? Mas talvez seja agradável tirar do grande acervo.
Se deixas de esgotar tanto do nosso pequeno acervo,
Por que louvas teu celeiro mais do que a nossa arca de cereal?
Como se te fosse necessário um líquido não maior do que
Uma urna ou o cíato e dissesses ‘antes quero do rio grande
Do que beber tanto desta fontezinha.’ Que seja,
Quando alguém acha prazer na abundância indevida
O acre Aufido carrega aos mesmo tempo para a  praia
As coisas arrancadas à força.
E quem deseja um quase nada quanto é necessário, este
Nem bebe água suja de limo nem perde a vida nas ondas.
E a boa parte dos homens decepcionada pela ambição
No falso ‘não estás saciado com nada’, diz, ‘porque quanto tens, és.
Que farás com ele? Que o mandes ser miserável, visto que
Faz isso de bom grado: como se diz de um avaro e rico de Atenas,
Que menosprezou as vozes assim acostumado: ‘o povo me vaia,
Mas eu mesmo me aplaudo em casa, enquanto contemplo as moedas na arca.
Tântalo, sedento, tenta apanhar os rios que lhe fogem dos lábios – por que ris? Mudado o nome, diz-se de ti a fábula; amontoados de todos
Em sacos de dinheiro, dormes esperando avidamente e como amontoas para economizar ou como alegrar pelas tabuinhas pintadas.
Não conheces quem dá o uso pelo qual vale a moeda?
Compra-se pão, óleo, um sextário de vinho, ajunta
Aquele que se aflige com a natureza humana das coisas negadas.
Porventura vigiar com medo a multidão, afastar-se com pavor
Noites e dias dos furtos maus, dos incêndios, dos servos,
Para que, fugindo, não te batam, a quem agrada?
Eu sempre optaria por ser paupérrimo de bens.
E se, tentado pelo frio, o corpo sofrer muito
Ou qualquer outro acidente te derrubar no leito, tens
Quem se assente a teu pé, prepare remédios, chame o médico,
Para te curar e te restitua às caras filhas próximas?
Nem a esposa te quer ver sadio, nem o filho; todos
Os vizinhos te odeiam, os conhecidos, meninos e meninas.
Admiras-te, quando pões o dinheiro antes de tudo,
Se ninguém te paga o amor que não mereces?
Acaso se queres conservar os parentes, sem nenhum trabalho
Da natureza que tos dá, e queres servir os amigos,
Perdes, infeliz, a obra, como alguém que ensine o asno obediente
A correr no campo com freios?
Em suma, seja o fim do querer, quanto tenhas mais,
Tenhas menos medo da pobreza e comeces a terminar o trabalho,
Pela concepção desejavas avidamente, não faças o que
Fez certo Umídio; não é longa a narrativa: tão rico,
Que media as moedas, assim avaro, para não se vestir
Melhor que nenhum escravo, até mesmo
Ao final da vida, e para que, vencido, a penúria
Não o oprimisse, tinha medo. E a liberta fortíssima dos Tíndaros
Cortou-o ao meio com um um machado.
‘Que me aconselhas? Que viva como Névio ou
Como Nomentano?’ os que lutam com as frontes que
Avançam: porque não serei eu que te vete como avaro,
Ordene que sejas patife ou pródigo:
Há algum meio termo entre Tanaida e os sogros de Viselo.
Há um modo nas coisas, finalmente há certos fins,
Que não conseguem deter o direito para além e para aquém.
Retorno ao ponto de partida, que ninguém como o avaro,
Se mostre e se louve mais dos que seguem outros caminhos,
Porque a cabra alheia gera uma teta mais inchada,
E, em vez de colocar-se com a multidão maior de homens mais pobres, procura ultrapassar um e então outros. .
Em tal corrida há sempre um mais ricono teu caminho.
Como quando o cavalo da vitória arrebata os enviados aos cárceres,

Firme nos cavalos que ultrapssao o su o Auriga aperta o carro, não se preocupando como que passou e o deixou para trás. Então raramente encontramos alguém que diga que teve uma vida feliz, como um convidado que está satisfeiro. Basta. Para não pensares que plagiei do cofrinho de Crispino remelento, já não acrescentarei nenhuma palavra. 
Elpídio Mário D Fonseca
Elpídio Mário D Fonseca

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